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O mundo está de olho na Costa Rica

Delegados do Observatório da IP chegam a San José enquanto a Costa Rica se prepara para suas eleições gerais.
Costa Rica vai às urnas no domingo para eleger um novo presidente e a Assembléia Nacional à medida que uma direita em ascensão cresce nas pesquisas.
Costa Rica vai às urnas no domingo para eleger um novo presidente e a Assembléia Nacional à medida que uma direita em ascensão cresce nas pesquisas.

A votação vem depois de quase uma década de governo pelo Partido de Ação Cidadã (PAC). O PAC chegou ao poder como uma fonte de esperança para milhões de costarriquenhos contra acordos comerciais injustos - como o recentemente assinado Acordo de Livre Comércio da América Central (CAFTA) - e para restaurar a celebrada democracia social do país.

No final de uma década, no entanto, o PAC traiu esta promessa. O partido governista optou por um programa de liberalização - representado pelo acordo do presidente Carlos Alvarado com o FMI, no valor de US$ 2 bilhões, que trouxe uma devastadora austeridade pandêmica, a venda de bens públicos e a maior greve dos sindicatos em décadas.

Mas muitos dos partidos que surgiram para substituir o PAC representam uma ameaça ainda maior para a democracia costarriquenha. O candidato líder, ex-presidente José María Figueres, impôs a primeira onda de privatizações das empresas públicas da Costa Rica nos anos 1990, transformando até florestas e ecossistemas em "serviços" a serem comercializados e mercantilizados. Sua eleição submeteria os costarriquenhos às condições de novos acordos de livre comércio e novos empréstimos do FMI, devolvendo o país à sua trajetória neoliberal da década de 1990.

A ameaça representada por esta ortodoxia econômica é agravada por uma nova ortodoxia social reacionária promovida pelos partidos de extrema-direita da Costa Rica. Candidatos como o cantor gospel Fabricio Alvarado, por exemplo, são contra o direito ao aborto e a adoção por casais do mesmo sexo, defendem o controle de natalidade, e posicionam esses temas no espectro da "ideologia do gênero".

Tais visões extremas se estendem ao meio ambiente. As forças conservadoras da Costa Rica rejeitam o marco do Tratado de Escazú em toda a América Latina para proteger os ambientalistas e seus movimentos contra represálias violentas, ao mesmo tempo em que abraçam o núcleo de direita que adere à Carta de Madri - promovida pela extrema-direita VOX na Espanha, juntamente com figuras como Jair Bolsonaro, José Antonio Kast e Keiko Fujimori.

Mas as forças progressistas estão se reagrupando. Em resposta ao acordo antitrabalhador do FMI em 2020, os sindicatos encenaram ações de greve em massa, protestos e bloqueios de estradas em todo o país. Agora, nas eleições gerais de 2022, exigem uma alternativa real à erosão implacável do bem-estar social e ao ultra-conservadorismo fundamentalista. Lutam por um futuro fundamentado na solidariedade, igualdade, sustentabilidade e democracia popular.

Estamos nos mobilizando em San José pela primeira vez para assegurar um campo de disputa justo para estes movimentos que lutam para renovar uma perspectiva social, igualitária e pacífica para a Costa Rica.

Available in
EnglishSpanishGermanFrenchPortuguese (Brazil)
Translator
Rodolfo Vaz
Date
03.02.2022
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