Nós, trabalhadoras, trabalhadores e sindicatos, declaramos inequivocamente: Nos posicionamos contra Bolsonaro e as políticas desastrosas impostas por ele ao povo brasileiro.
Em apenas um mandato, Jair Bolsonaro deixou marcas profundas no Brasil. Sua presidência trouxe declínio econômico, ameaças violentas e extremistas e crescente desigualdade. Bolsonaro vendeu o país, privatizando tudo o que pode. A floresta amazônica e o bioma Pantanal estão em chamas, alimentadas pelo governo. Os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras estão sob ataque. O próprio presidente incita o ódio racista e misógino – colocando os brasileiros uns contra os outros. A fome, que já havia sido quase erradicada, aflige milhões de famílias trabalhadoras. De fato, Bolsonaro desconsidera de forma tão intencional a vida de seus próprios cidadãos que foi acusado de “crimes contra a humanidade” no Tribunal Penal Internacional.
Bolsonaro agora voltou seus ataques visando minar o processo democrático. Ao mesmo tempo em que ataca a integridade do sistema eleitoral brasileiro, ele restringe a observação eleitoral independente. No ano passado, Bolsonaro pediu a seus apoiadores que invadissem violentamente o Congresso Nacional e a Suprema Corte do país. Ele chegou até mesmo a afirmar que não deixará o cargo a menos que seja morto ou preso, afirmando posteriormente que está disposto a “ir à guerra” pelos resultados das eleições que planeja contestar. A gravidade dessas ameaças não pode ser subestimada.
Declaramos, assim, nossa inabalável determinação em defender o Estado de Direito e as instituições democráticas do Brasil. Apesar do estrondoso primeiro lugar do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, em 2 de outubro, no primeiro turno das eleições presidenciais, com 48,5% dos votos, será necessária uma mobilização sustentada das forças democráticas no Brasil e solidariedade internacional para defender a vontade popular.
Trabalhadores, trabalhadoras e sindicatos são a base de qualquer sociedade democrática – e não há caso melhor do que o Brasil. Na década de 1980, as mobilizações em massa dos trabalhadores industriais foram um ponto de virada na transição democrática do Brasil. Greves e protestos de trabalhadores em toda a região do ABC, em São Paulo, foram um fator decisivo para a derrubada da brutal ditadura militar.
Sem sindicatos, sem trabalhadores e trabalhadoras, sem nossa luta, não seria possível termos construído a sociedade democrática da qual o Brasil hoje desfruta.
Agora, mais do que nunca, trabalhadores, trabalhadoras, sindicatos e seus aliados no Brasil continuam a postos para se defender contra a agenda reacionária e anti-social que o bolsonarismo representa. E nós – suas irmãs e irmãos sindicalistas de todo o mundo – estamos com eles em solidariedade eterna e inabalável.