Essa não foi uma boa semana para a Amazon.
A quinta maior empresa do mundo em capitalização de mercado foi atingida por greves na Alemanha, impactando o chamado Prime Day de ofertas especiais. No Reino Unido, o sindicato GMB anunciou uma greve de quatro dias para o próximo mês, incluindo a Black Friday. Enquanto choviam bombas sobre Gaza, uma prisão ao ar livre que aprisiona 2,3 milhões de pessoas, trabalhadores e trabalhadoras do setor de tecnologia nos EUA exigiram que a Amazon parasse de trabalhar no Projeto Nimbus de Israel, que fornece capacidade de vigilância aos militares israelenses. E a coalizão para Fazer a Amazon Pagar (Make Amazon Pay, no original em inglês), que a Internacional Progressista co-organiza, anunciou que reunirá trabalhadores, trabalhadoras, sindicatos, sociedade civil, reguladores e parlamentares para a primeira Cúpula para Fazer a Amazon Pagar.
A Cúpula acontecerá em Manchester, Reino Unido, nos dias 27 e 28 de Outubro, no histórico Instituto de Mecânica, onde o Congresso Sindical foi formado em 1868. Delegados incluindo a Ministra do Trabalho espanhola Yolanda Díaz, o Senador dos EUA Bernie Sanders, a deputada do Reino Unido Zarah Sultana, trabalhadores, trabalhadoras, líderes sindicais e ativistas de todo o mundo desenvolverão estratégias para responder à exploração de trabalhadores e trabalhadoras, das comunidades e do meio ambiente pela Amazon, com base em avanços progressistas recentes, como a legislação de proteção aos trabalhadores em armazéns nos Estados Unidos, o imposto sobre a Amazônia em Barcelona e a Lei dos Trabalhadores Sobre Rodas (Riders Law) na Espanha, bem como como os impactos do importante caso antitruste recentemente apresentado pela Comissão Federal de Comércio dos EUA e de legislação como a Lei de Mercados Digitais da União Europeia.
Juntos, eles e elas irão trabalhar para transformar o crescente poder popular do movimento Faça a Amazon Pagar em leis progressistas e mudanças nas regulamentações.
Clicando aqui você acompanha quem participará da Cúpula e pode também se inscrever para ter mais informações e seguir as reuniões ao vivo.
Ponto final ao Nakba
Enquanto um intensificado ciclo de violência desencadeia atrocidades sobre civis em Israel e na Palestina, membros do Conselho da Internacional Progressista renovam seu apelo pela liberação da Palestina.
Os trinta signatários condenam os crimes de guerra israelenses bem como o expurgo coletivo em Gaza. Signatários e signatárias argumentam que “estes crimes não se comprometem a acabar com o ciclo de violência, mas sim sustentá-lo. “Uma vez que a opressão é a raíz da violência, para acabar com toda a violência—a violência inicial e contínua do opressor e a resistência reativa dos oprimidos—devemos agir para acabar com a opressão”, escreve o Comitê Nacional Palestino do BDS (Boicote, Desinvestimentos e Sanções, do original em inglês: Boycott, Desinvestment and Sanctions).
É por isso que signatários e signatárias “apelam às forças progressistas do mundo para marcharem aos milhões pela libertação Palestina. A única maneira de forjar uma paz duradoura é acabar com o Nakba de uma vez por todas.” Por favor, leia e compartilhe a declaração aqui.
Greve Nacional na Guatemala
Durante mais de uma semana, os movimentos populares e indígenas da Guatemala mantiveram um “paro nacional” (ou greve nacional), incluindo bloqueios de estradas e marchas, em todo o país. A mobilização exige a renúncia da Procuradora-Geral Consuelo Porras após tentativas contínuas de minar e frustrar a soberania popular na eleição do presidente eleito Bernardo Arévalo, do Movimiento Semilla, membro da Internacional Progressista. A guerra jurídica (lawfare, no original em inglês) que está a se levando a cabo a fim negar a presidência a Arévalo e de proibir o Movimento Semilla é uma tentativa prolongada de golpe de Estado.
Finalmente, esta semana, após meses de protestos em massa do povo guatemalteco e de solidariedade internacional, o Tribunal Constitucional emitiu uma ordem para garantir a transferência do poder ao presidente eleito Arévalo. No entanto, o povo não está recuando–conclamando uma greve nacional "indefinida" até que os conspiradores golpistas da Procuradoria-Geral renunciem.
Equador vai às urnas
No domingo, a população equatoriana elegerá um novo presidente. A votação deverá ser apertada, com as pesquisas sugerindo que quem vencer terá apenas pequena margem sobre o segundo lugar—o que torna a situação ainda mais vulnerável à manipulação e à guerra jurídica (lawfare). Os dois candidatos oferecem futuros muito diferentes para o país. Luisa González, que liderou o primeiro turno, é do movimento Revolução Cidadã e atuou no governo de Rafael Correa durante a Maré Rosa na América Latina. Seu adversário, Daniel Noboa, é filho de Álvaro Noboa, ex-político e magnata da banana e representante da elite tradicional do país. O Observatório da Internacional Progressista está no Equador e irá postar atualizações nos próximos dias.
Liberdade para Mimmo
Esta semana, as acusações contra o ex-prefeito italiano Mimmo Lucano fracassaram. Como prefeito da cidade de Riace, no sul de Itália, Lucano deu nova vida à sua “cidade moribunda” de 2.000 habitantes, acolhendo migrantes. Mimmo reassentou centenas de famílias migrantes e a “aldeia global” de Riace floresceu. Ele enfrentou 13 anos de prisão por sua coragem.
Juntamente com os nossos membros e membras da MERA25 Itália–que lutaram e ajudaram a vencer as acusações no caso Mimmo Lucano–renovamos o nosso apelo: Liberdade para Mimmo! Abaixo a Fortaleza Europa!
Imagem: Faixa do Sindicato dos Padeiros Judeus de Londres, estabelecido em 1909 no leste de Londres por padeiros Judeus, principalmente por imigrantes e refugiados, a fim de organizar a luta por melhores pagamentos, por uma jornada de oito horas diárias, e pela abolição de turnos noturnos. No mesmo período, muitos sindicatos não permitiam a participação de imigrantes.