O governo Trump lançou um ataque furioso à relatora especial da ONU, Francesca Albanese, após a divulgação de seu contundente novo relatório: Da Economia de Ocupação à Economia de Genocídio, que expõe o papel das corporações globais no ataque de Israel ao povo palestino.
Rotulada como "inadequada para o cargo" por autoridades da administrção Trump e acusada de "apoiar o terrorismo", Albanese agora enfrenta pedidos de renúncia vindos do governo dos Estados Unidos—uma tentativa sem precedentes de silenciar uma especialista independente da ONU por simplesmente fazer seu trabalho.
O mundo está com Francesca Albanese—e contra as corporações, governos e instituições que apoiam o genocídio israelense contra o povo palestino em Gaza.
“As empresas não estão mais meramente implicadas na ocupação—elas podem estar inseridas em uma economia de genocídio”, alerta Albanese em seu relatório ao Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra na semana passada.
Com base em mais de 200 contribuições de Estados-membros da ONU, de organizações da sociedade civil e de especialistas jurídicos, Albanese identificou 48 empresas que estão "financeiramente vinculadas ao apartheid e ao militarismo de Israel". Seu relatório detalha as estruturas de lucro e poder que sustentam a ocupação—e a aceleram rumo ao genocídio.
De fabricantes de armas e gigantes da vigilância ao agronegócio e ao mercado financeiro, empresas multinacionais estão viabilizando crimes de guerra israelenses na Palestina—e lucrando bastante com isso. Entre elas estão empresas que fornecem armamento para repetidos ataques militares em Gaza, empresas que constroem e prestam serviços aos assentamentos ilegais na Cisjordânia e plataformas tecnológicas que auxiliam o regime de vigilância israelense.
“A ocupação perpétua [promovida por Israel] tornou-se o campo de testes ideal para fabricantes de armas e grandes empresas de tecnologia—proporcionando oferta e demanda significativas, pouca supervisão e nenhuma responsabilização—enquanto investidores e instituições públicas e privadas lucram livremente”, afirma o relatório.
O ataque de Trump a Francesca Albanese é um ataque à verdade—e uma afronta aos direitos humanos fundamentais do povo palestino. Mas não terá sucesso. Sociedade Civil e Estados em todo o mundo estão se mobilizando em defesa daquelxs que denunciam esses crimes, tomando medidas urgentes para desmantelar a máquina econômica que os sustenta.
Ontem, os membros do Conselho da IP, Yanis Varoufakis e Jayati Ghosh, lideraram um grupo global de especialistas—incluindo Thomas Piketty e Nassim Nicholas Taleb—que apoiaram o relatório de Albanese. "O relatório constitui uma contribuição importante para a compreensão da economia política do Estado de Apartheid de Israel, da limpeza étnica de palestinos e palestinas e, agora, do seu genocídio", escreveram. "Como tal, acreditamos que [o relatório] deve ser estudado e debatido ampla e livremente."
No lançamento do seu relatório em Genebra, Albanese fez um apelo claro aos estados de todo o mundo: juntem-se ao Grupo de Haia—a coalizão de governos que trabalha para defender o direito internacional e acabar com a impunidade israelense—e participem da conferência de emergência na próxima semana em Bogotá.
“O Grupo de Haia é o acontecimento político mais significativo dos últimos 20 meses”, declarou ela. “A conferência de Bogotá ficará marcada como o momento na história em que os Estados finalmente se levantaram para fazer a coisa certa.”
Esse é o momento. Nos vemos en Bogotá.
A gigante siderúrgica Sidenor suspendeu todas as relações comerciais com o Estado de Israel. Na semana passada, o Movimento da Juventude Palestina (MJP), membro da IP, revelou um embarque planejado da Sidenor de 122 toneladas de aço para a Israeli Military Industries (IMI), partindo do porto de Barcelona. A IMI é de propriedade da Elbit Systems, a maior fabricante israelense de armas em operação no mundo—e a Sidenor é abastecida pela Espanha há pelo menos 10 meses.
Após a organização de sindicatos como ESK, LAB e ELA, e a mobilização do RESCOP, Comunitat Palestina Catalunya e do movimento BDS, a Sidenor anunciou sua intenção de suspender todos os embarques de aço para portos israelenses.
Enquanto isso, a Comunitat Palestina Catalunya apresentou uma queixa ao Tribunal Nacional contra a Sidenor por suposta cumplicidade no genocídio na Palestina. Sua reivindicação agora—ecoada pela IP e pelo MJP—é urgente: que nem este aço nem qualquer outro aço de dupla utilização saia do porto de Barcelona.
Uma nova investigação bombástica conduzida pelo pesquisador líder da IP, Abdullah Farooq e Matt Kennard, para o Drop Site News, revela que, desde setembro de 2024, o governo britânico liderado pelo Partido Trabalhista permitiu que pelo menos três jatos de reabastecimento aéreo KC-707 “Re’em” da Força Aérea Israelense—usados em missões de bombardeio sobre Gaza—pousassem e provavelmente reabastecessem no RAF Brize Norton, em Oxfordshire, em nove ocasiões.
Um desses voos, registrado como 272, foi rastreado sobre Gaza poucos dias após dois supostos crimes de guerra em outubro de 2024, quando um complexo residencial em Beit Lahiya foi bombardeado, matando 73 civis. Apesar de repetidas investigações, o Ministério da Defesa do Reino Unido não confirmou nem negou o reabastecimento, afirmando que tais movimentos são atividades padrão dos aliados e não estão sujeitos a comentários contínuos.
As revelações desencadearam reações críticas de ativistas e políticos. O deputado britânico e membro do Conselho de Relações Exteriores, Jeremy Corbyn, classificou a prática como "simplesmente inconcebível", citando a cumplicidade do Reino Unido em graves violações do direito internacional, e renovou os apelos por uma investigação pública independente sobre o apoio britânico às operações militares israelenses.
O grupo ativista Ação Palestina, que foi formalmente rotulado como "grupo terrorista" pelo Estado britânico na semana passada, destacou a questão ao pulverizar tinta vermelha em duas aeronaves da RAF em Brize Norton no mês passado, acusando o governo de facilitar o genocídio em Gaza.
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The Last Leg (Comrades) é uma imagem detalhada de uma escultura, incluindo três mesas institucionais empilhadas da USM, uma popular empresa suíça de móveis, com três personagens cercando uma perna como se quisessem destruí-la. A obra fez parte de uma instalação maior para a exposição intitulada "Unsetting" no Instituto Suíço de Milão, inspirada em um workshop com Elena Radice sobre o poder e a exclusão inerentes à linguagem e o "potencial revolucionário de um coletivo que a manipula".
Sophie Jung é uma artista suíça conhecida por sua combinação pastelão de esculturas, textos e performances que navegam pelas políticas da representação fragmentada. As obras esculturais de Jung compreendem corpos, humanos e não humanos, libertos de vidas passadas como posses significativas e em pé de igualdade com o ambiente, valorizando, em vez disso, as relações entre eles, o público e as ativações performáticas.