A medida indica um clima político em que o governo equipara qualquer crítica às suas políticas a terrorismo e onde detenções e prisões incessantes se tornaram uma prática comum para intimidar a sociedade civil democrática e a política na Turquia. Enquanto bastião do DTK e centro político da região curda na Turquia, a cidade de Diyarbakir tem sido alvo de repressão governamental.
No mês passado, a 22 de Maio, a polícia invadiu violentamente várias casas e deteve 13 mulheres e 5 homens em Diyarbakir. Esta operação visou principalmente mulheres políticas curdas e activistas associadas à Associação de Mulheres Rosa (RKD), ao Movimento de Mulheres Livres (TJA), ao Partido das Regiões Democráticas (DBP), e ao DTK.
Em ambas estas ondas de detenções violentas, a maioria dos detidos eram mulheres. O testemunho da antiga Presidente do HDP, Sevil Rojbin Çetin, sobre a sua brutal tortura e detenção demonstra a utilização de cães treinados pela polícia para a atacar, e abusos verbais e físicos extremos. A polícia rasgou-lhe as roupas e fotografou-a semi-nua enquanto os seus olhos estavam fechados.
Estas ondas de detenções brutais são parte da criminalização do DTK, um processo que teve início há alguns anos e que finalmente culminou no seu encerramento ilegal. Após a rusga, a polícia fechou a sede do DTK, confiscou as suas propriedades e trancou os seus portões sem decisão judicial. O DTK foi estabelecido como uma organização central com uma assembleia geral pluralista em 2007. Tem sido a maior e mais diversificada plataforma democrática da região curda, reunindo o movimento femininos, muitos sindicatos de trabalhadores, organizações da sociedade civil, conselhos locais, e outros. Muitas figuras e organizadore/a(s) importantes do DTK foram preso/a(s), incluindo a sua co-presidente Leyla Güven e o membro do Conselho Presidencial Musa Farisoğulları, ambos deputados do HDP.
Estas detenções e prisões contínuas, incluindo a do Presidente da Câmara Sevil Rojbin Çetin, e o encerramento do partido são sinais do desespero do governo. À medida que nos aproximamos da inevitável batalha política com o Presidente Erdoğan e os seus aliados, o HDP continua cada vez mais empenhado na sua luta política contínua por um futuro livre, democrático e pacífico.
ATUALIZAÇÃO: Desde a publicação deste artigo, o governo turco lançou mais uma violenta repressão contra o HDP. Em 25 de setembro, a polícia deteve 20 de seus membros HDP e emitiu mandados contra outros mais de 80. Prendendo a liderança chave do HDP sob acusações evidentemente falsas, Erdoğan continua sua guerra para silenciar seus críticos e criminalizar o povo curdo. A Internacional Progressista condena as batidas policiais ilegítimas e pede a libertação imediata das pessoas detidas.
Leia a declaração do HDP na íntegra aqui.