A crise política que se seguiu às recentes eleições presidenciais levou a uma violência policial sem precedentes que ninguém na Bielorússia poderia ter imaginado. Durante os longos anos do reinado de Lukashenko, o povo da Bielorrússia tem vindo a ficar cada vez mais cansado e descontente. Assistimos a abusos de poder por parte da burocracia e dos tribunais, a leis dirigidas contra o povo e os/as trabalhadore/a(s), e a uma privatização crescente das nossas indústrias públicas. Agora, os/as trabalhadore/a(s) levantam-se contra a fraude eleitoral que teve lugar nas recentes eleições presidenciais - e enfrentam uma brutal repressão policial.
Os protestos são de facto espontâneos, uma vez que a velha oposição política tinha perdido muito do seu apoio antes das eleições e não tem uma base sólida entre as massas populares. Contudo, há uma influência crescente dos canais liberais e nacionalistas, que são os principais responsáveis pelo fluxo de informação ao povo. A oposição dominante está decidida a ganhar, independentemente do custo, e o regime também, pronto a defender-se com quaisquer meios. Assistimos agora a uma luta entre o sistema estatal-capitalista - personificado por Lukashenko e o seu aparelho estatal - e várias forças imperialistas internacionais, representadas pela oposição dominante.
Muitos estão a apelar às fábricas para pararem de trabalhar a fim de acabar com a brutalidade policial. Mas isto não é suficiente.
Precisamos de organização para levantar os trabalhadores em todo o lado - e não apenas nos gigantes industriais estatais. Hoje em dia, a maioria dos/das bielorrusso/a(s) trabalha no sector privado. A situação não é muito melhor do que nas empresas estatais, e os proprietários privados não são menos "patrocinadores do sistema" do que as empresas estatais. Sem organizações de trabalhadore/a(s) e sem luta no sector privado, a opressão do povo na Bielorrússia nunca desaparecerá.
Exigimos a proibição da privatização das empresas bielorrussas; a preservação dos postos de trabalho; a democratização do sistema político; a libertação imediata das pessoas detidas, sem motivos, em protesto; o cancelamento do Decreto nº 3, "Sobre a prevenção da dependência social"; a proibição de multas e penalizações de bónus; o cancelamento do sistema de contratos; o aumento do apoio social; o cancelamento da última reforma das pensões; e a criação de sindicatos que defenderão os nossos interesses.
Devemos transmitir as verdadeiras razões de descontentamento dos trabalhadores - razões que não são transmitidas pela televisão, mas que estão relacionadas com as condições reais de vida e de trabalho na Bielorrússia. Isto não pode ser corrigido através da simples votação ou do derrube do presidente. A única forma de corrigir a situação é através de uma força organizada de trabalhadore/a(s) que defendem os seus verdadeiros interesses de classe, aqui e agora. E a classe trabalhadora da Bielorrússia começa a tomar consciência do seu poder; foi a classe trabalhadora que parou a violência policial nas ruas, e que iniciou uma greve em massa para exigir os seus direitos políticos.
Precisamos desesperadamente de toda a ajuda de amigos e camaradas que falam russo e bielorrusso, pois eles podem ajudar a espalhar a palavra. A Internet e as redes sociais dão-nos acesso directo às pessoas, quase numa base individual. Temos de aproveitar esta oportunidade, começar a agitar e tentar o mais possível explicar a luta de classes que está subjacente à situação política, explicando os seus interesses reais. Contamos com as vossas organizações para nos contactarem, para assumirem uma parte da carga de trabalho e para ajudarem a ampliar a nossa luta.
Se fores representante de uma organização ou de um meio de comunicação, entra em contacto com os nossos camaradas através do Telegram para trabalhar connosco.
Podes ajudar-nos simplesmente promovendo a circulação dos nossos apelos e materiais de campanha através dos teus canais. Poderás também fazer mais, se tu ou os teus camaradas estiverem preparados para distribuir os nossos folhetos aos trabalhadores online. É uma tarefa monótona e repetitiva que, no entanto, poderia ajudar a nossa causa comum. Se necessário, podemos enviar-te instruções detalhadas sobre como proceder.
Podes encontrar o nosso material de campanha aqui. E pode encontrar-nos em Telegram: @zabastabel.