Lideranças indígenas reiteraram seu apoio ao atual governo e viajaram à capital para exigir o cumprimento de acordos feitos por governos anteriores.
"Muitas pessoas nos chamam de preguiçosos, guerrilheiros, que desaceleramos a economia, mas não somos assim, como disse o chefe Quintín Lame: 'Os povos indígenas são a riqueza e a cultura da nação', e é por isso que estamos aqui para contribuir, porque hoje também somos parte da mudança", disse David Toconas, líder do Conselho Regional Indígena de Cauca (CRIC).
As comunidades assinaram acordos a respeito de Terras Indígenas, Sistemas Próprios e Paz Territorial.
Entre os acordos estão:
Já a senadora Aida Quilcué elogiou os acordos: "No âmbito da unidade do Movimento Indígena, mais uma vez conseguimos consolidar instrumentos legais como o Sistema Independente de Educação Indígena (SEIP), o Sistema Independente de Saúde Intercultural (SISPI) e o Cadastro Territorial Multifinalitário, que nos permitirão avançar em direção à autonomia e à autodeterminação dos povos indígenas da Colômbia."
A Minga Nacional Indígena reuniu várias organizações indígenas de todo o país, incluindo o Conselho Regional Indígena de Cauca (CRIC), o Movimento de Autoridades Indígenas da Colômbia (AICO), a Organização Nacional Indígena da Colômbia (ONIC), a Organização Nacional dos Povos Indígenas da Colômbia (OPIAC) e a Confederação Indígena Tayrona (CIT).
A comunidade acadêmica rejeita a campanha racista contra as comunidades indígenas.
O professor Marco Romero, do Departamento de Ciência Política da Universidade Nacional, insistiu que a mesma, onde as comunidades passaram a noite durante esses dias, tem a missão de construir a nação, e acrescentou:
"Temos ouvido vozes colonialistas aqui na universidade criticando a presença dos povos indígenas na Universidade Nacional, alegando que isso afeta as atividades acadêmicas. Esta é uma universidade e, como universidade, temos tarefas de ensino e pesquisa, mas também o dever de dialogar com a sociedade. Ao contrário, esta é uma oportunidade incrível e de extraordinária riqueza para os estudantes universitários verem o país que somos, e para os povos indígenas terem contato com os jovens do mundo urbano. Devemos forjar essa aliança, porque hoje enfrentamos enormes desafios como humanidade.”
Por outro lado, os estudantes também rejeitaram o racismo contra os povos indígenas na Universidade Nacional: "Quero refutar completamente o que a mídia tradicional está dizendo, o que, infelizmente, é no que a maior parte do país acredita no momento. Eu tive aula esta manhã, portanto a presença da Minga na universidade não representa uma ameaça nem para nós estudantes, nem para a manutenção da ordem na universidade. Pelo contrário, acredito que o que devemos fazer é aprender com eles, porque eles têm muito a nos ensinar e, acima de tudo, nos dar a oportunidade de conhecer esse outro lado, essa alternativa ao que nos foi ensinado de forma hegemônica", disse Paula Ramírez, estudante de ciências políticas.
Foto: Colombia Informa