A Internacional Progressista se articula para que o dia 2 de Dezembro se torne um Dia Global de Ação Anti-Imperialista—unindo os trabalhadores, as trabalhadoras, os oprimidos e oprimidas de todo o mundo a fim de desmantelar a máquina de guerra dos EUA.
O dia 2 de dezembro é uma data simbólica. Neste dia, há 200 anos, o presidente dos EUA, James Monroe, inaugurou uma doutrina de dominação no Hemisfério Ocidental.
A Doutrina Monroe foi implementada para manter os vizinhos do sul dos EUA divididos e subservientes aos interesses de Washington. Ela marcou um ponto de partida crítico para o projeto imperial dos EUA. Em 1904, o Presidente Theodore Roosevelt reinterpretou e radicalizou tal Doutrina, acreditando que ela conferia um “poder de polícia internacional” à “sociedade civilizada” da região.
Cinco anos mais tarde, navios de guerra dos EUA navegaram para o Sul para ocupar a Nicarágua e derrubar o Presidente do país, cuja agenda voltada à soberania nacional ameaçava os interesses do capital dos EUA. O major americano Smedley D. Butler foi membro da força de ocupação. Mais tarde, ele confessou que passou “a maior parte do tempo como um braço forte de alta classe para as grandes empresas, para Wall Street e para os banqueiros. Em suma, eu era um bandido, um gangster do capitalismo.”
Tanto a doutrina de Roosevelt de “poder policial” dos EUA quanto a confissão de Butler ecoam em cada uma das 469 intervenções militares que os EUA lançaram desde 1798. “Se tivermos de usar a força, é porque somos a América; somos a nação indispensável”, explicou Madeleine Albright, Secretária de Estado de Bill Clinton, numa formulação que lembra sombriamente as palavras de Roosevelt um século antes.
Quando a queda da União Soviética eliminou uma restrição importante ao poder dos EUA, o uso da força aumentou radicalmente. Mais de 80% das intervenções dos EUA lançadas desde 1946 ocorreram na era pós-soviética. Tal como documentado pelo The Intercept, a “nação indispensável” lançou 23 intervenções dissimuladas na África, na Ásia Ocidental e no Pacífico só entre 2017 e 2020.
Hoje, a Doutrina Monroe é global, com o capital dos EUA se infiltrando cada vez mais profundamente nas nossas vidas e nas nossas sociedades.
Essa influência global encontra apoio na maior força militar da história. Os EUA operam cerca de 750 bases ultramarinas em 80 países, têm um total de 173.000 militares em 159 países em todo o mundo e comandam um orçamento de guerra de quase 1 trilhão de dólares (aproximadamente 5 trilhões de reais), ou 40% do total da despesa militar global. A extensa infra-estrutura do império dos EUA tornou-o, nas palavras do Presidente Jimmy Carter, “a nação mais bélica da história do mundo”.
Agora, esse contágio “bélico” está se espalhando. Através de mecanismos como a Lei da Fragilidade Global (Global Fragility Act, no original em inglês), os EUA se apoiam cada vez mais em ‘representantes’, em ‘procurações’, para implementar as suas políticas imperiais.
200 anos após a fundação da Doutrina Monroe, os povos do mundo estão fartos do imperialismo norte-americano e dos seus custos desastrosos para a vida humana e o nosso habitat. Eles construíram a máquina de guerra. Juntos vamos desmontá-lo.
Junte-se a nossa campanha aqui.
O Tribunal de Belmarsh volta a Washington
O caso da extradição contra Julian Assange está na reta final—e a pressão internacional pela sua liberdade está aumentando.
De presidentes e primeiros-ministros até vencedores do Prêmio Nobel da Paz, a comunidade internacional clama contra a injustiça da acusação de Assange—e as suas implicações para a liberdade de imprensa em todo o mundo.
No dia 9 de dezembro, os principais jornalistas, especialistas em direito, e defensores dos direitos humanos do mundo vão se reunir no National Press Club, na capital Washington, como testemunhas da repressão da administração Biden à liberdade de expressão e à Primeira Emenda.
Junte-se a eles e elas. Não é tarde demais para ficar do lado certo da história.
Registre-se agora para comparecer pessoalmente ao Tribunal ou acompanhar o processo on-line.
Solidariedade Internacional para com a Palestina
Quarta-feira foi o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino, à medida que as mobilizações globais pela paz e pela libertação nacional palestina continuam.
Ainda que a trégua temporária tenha sido estendida, a população palestina sofreu terríveis atos de violência. A ONU estima que o risco de morte por doenças em Gaza é ainda maior do que pelo bombardeamento israelense. E embora os prisioneiros políticos palestinos, muitos deles jovens garotos, tenham sido libertados do cativeiro israelense como parte de um acordo de troca de reféns civis detidos pelo Hamas, Israel prendeu quase o mesmo número na Cisjordânia.
Essa violência anti-Palestina também é vista na diáspora. Em Burlington, Vermont, EUA, três jovens palestino-americanos foram baleados nas costas pelo crime de serem palestinos.
Contra esta onda de violência e desumanização, nos colocamos em solidariedade com o povo palestino—indefinidamente até à sua libertação.
As Maiores Greves contra a Amazon até hoje
O dia de ação global contra a Amazon da última sexta-feira estendeu-se durante o fim de semana e até a segunda-feira. Na segunda, trabalhadores e trabalhadoras de armazéns na Espanha e motoristas nos EUA saíram da greve. O dia de ação global deste ano registrou o maior número de trabalhadores em greve no maior número de instalações da Amazon em toda a história—e foi acompanhado pelo maior número de protestos contra a empresa em todo o mundo.
O movimento para Fazer a Amazon pagar está crescendo. Mostre o seu apoio em MakeAmazonPay.com
A COP28 Começou
Em meio a muita pompa e cerimônia, a 28ª edição da COP começou esta semana. Mas não apostem suas fichas no que deveria ser a reunião mais importante do mundo, aquela que deveria fazer algo substancial para evitar o colapso climático ou proporcionar justiça climática. Os tentáculos do capital fóssil estão por toda a COP. A COP do ano passado contou com a presença de 636 lobistas das indústrias do petróleo e do gás. Este ano, é provável que seja ainda pior.
O anfitrião deste ano, os Emirados Árabes Unidos, supostamente planejou usar sua posição para fechar acordos de petróleo e gás na COP. O presidente desta edição da COP é o CEO da petrolífera dos Emirados Árabes Unidos, que tem os maiores planos de expansão de combustíveis fósseis do mundo.
O Internacional Progressista trará para você relatórios sobre a COP28 e os protestos contra ela nas próximas duas semanas.
Mada Masr sob ataque por cobrir Gaza jornalisticamente
As autoridades egípcias estão reprimindo o parceiro da Agência da Internacional Progressista, o jornal Mada Masr, e a sua editora-chefe, Lina Attalah, pelas suas destemidas reportagens sobre Gaza. Eles não serão silenciados. Attalah foi intimada a comparecer para ser interrogada perante o Ministério Público de Apelações do Cairo na quarta-feira, sem ser informada das acusações.
Na decisão de convocar Attalah, o Supremo Conselho Regulador dos Meios de Comunicação Social apontou para um relatório do Mada Masr que delineava potenciais cenários de migração forçada de palestinos e palestinas de Gaza, no contexto da agressão contínua de Israel na Faixa.
Apoie a Venezuelanalysis
O parceiro da Agência da International Progressista, o Venezuelanalysis, está realizando uma arrecadação de fundos para ajudar a apoiar seu trabalho. A Venezuelanalysis é uma voz crítica na luta contra as narrativas imperialistas e a propaganda corporativa. Se você puder, considere fazer uma doação.
Quando Investidores Subvertem Nações
Uma das principais economistas do mundo e membra do Conselho da Internacional Progressista, Jayati Ghosh, escreveu sobre o ataque à Honduras por parte de empresas norte-americanas por Honduras ter revogado uma lei que concede amplos poderes aos investidores estrangeiros.
Leia aqui o artigo de Jayati para o Project Syndicate aqui, e descubra mais sobre a IP e a campanha do governo hondurenho contra o colonialismo corporativo, o Honduras Resiste, aqui.
Arte da Semana: À esquerda, um icônico cartaz anti-guerra soviético dizendo “NYET” para a colocação de mísseis nucleares Pershing-II dos EUA na Europa. A medida marcou uma mudança na doutrina nuclear dos EUA, da lógica da Destruição Mútua Assegurada, que dizia que as armas nucleares nunca poderiam ser usadas porque levariam à destruição tanto do atacante como do atacado, para a lógica do poder de “contra-força”, que sugeriu que uma guerra nuclear poderia ser vencida com um primeiro ataque esmagador. À direita, um pôster da campanha do Diretor Criativo da IP, Gabriel Silveira, dizendo “FORA” para a infraestrutura do militarismo dos EUA em todos os lugares.