War & Peace

Progressistas denunciam visita do secretário de Defesa dos EUA às Filipinas

Um grupo de progressistas filipinos condenou a visita como mais um passo para o aumento da intervenção militar dos EUA nas Filipinas.
O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin III, viajou para as Filipinas e a Coreia do Sul em 29 de janeiro, para “promover a estabilidade regional e fortalecer ainda mais” sua parceria com os dois países.
O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin III, viajou para as Filipinas e a Coreia do Sul em 29 de janeiro, para “promover a estabilidade regional e fortalecer ainda mais” sua parceria com os dois países.

Bagong Alyansang Makabayan (Bayan) disse que a visita coincide com o plano de aprofundar o Acordo de Cooperação de Defesa Aprimorada (EDCA, na sigla em inglês) no país, onde cinco locais estão sendo preparados para abrigar bases.

Em novembro de 2022, o Departamento de Defesa Nacional (DND, na sigla em inglês) expressou o seu compromisso de acelerar os projetos vinculados ao EDCA com uma dotação de US$ 66,5 milhões. Os projetos incluem a construção de instalações militares na Base Aérea Cesar Basa em Floridablanca, em Pampanga; a Reserva Militar Fort Magsaysay em Nueva Ecija; a Base Aérea Lumbia, em Cagayan de Oro; a Base Aérea Antonio Bautista, em Puerto Princesa, Palawan e a Base Aérea de Benito Ebuen, em Cebu.

Segundo Bayan, isso significa que as tropas estadunidenses podem ficar estacionadas indefinidamente no país.

“É um retrocesso à era da Guerra Fria, quando países como as Filipinas foram usados para guerras de agressão dos EUA na Ásia. É uma violação grosseira da nossa soberania”, disse ele em um comunicado.

De acordo com o Artigo III, Seção 1 da EDCA, as forças militares dos EUA estão autorizadas a realizar as seguintes atividades: treinamento, apoio, reabastecimento de aeronaves, abastecimento de navios, manutenção temporária de veículos, embarcações e aeronaves; acomodação temporária de pessoal; comunicações; armazenamento de equipamento, suprimentos e material bélico; emprego de tropas e material; e outras atividades.

Bayan acrescentou que os filipinos “sairão perdendo”, já que as atividades militares dos EUA nos locais aprovados são gratuitas; enquanto os serviços públicos, água, eletricidade e frequências de rádio são isentos de impostos.

“Em uma época de grande crise econômica e aumento da dívida pública, por que estamos dando essas regalias aos EUA? Por que os contribuintes filipinos estão pagando a conta da intervenção dos EUA na região?” indagou o grupo.

A intervenção dos EUA e a reabertura iminente das bases estadunidenses provavelmente alimentarão a tensão entre os EUA e a China, disse a deputada Arlene Brosas, do partido Gabriela, em novembro de 2022.

O Partido das Mulheres Gabriela apresentou à Câmara a Resolução nº 20, que busca revogar o EDCA, impedindo as operações militares desenfreadas dos EUA, que o grupo disse ter resultado em abusos dos direitos humanos no passado.

No entanto, o governo filipino permanece firme na continuidade do acordo.

No recém-concluído Diálogo Estratégico Bilateral (BSD, na sigla em inglês), tanto as Filipinas quanto os EUA concordaram em implementar integralmente o EDCA, ressaltando a conclusão acelerada das bases existentes, e deram seguimento aos passos finais para a implementação de outras bases em locais pré-acordados.

No ano passado, o vice-presidente Kamala Harris também havia feito uma visita às Filipinas.

"A reabertura das bases estadunidenses nas Filipinas aumenta as tensões na região e aumentará a rivalidade entre os EUA e a China. O que deveríamos fazer é desmilitarizar o Mar Ocidental das Filipinas [Mar do Sul da China] e impedir uma corrida armamentista na região", concluiu Bayan.

Available in
EnglishPortuguese (Brazil)
Author
Venmar Cecille
Translators
Lucas Amorim and Cristina Cavalcanti
Date
09.02.2023
Source
Original article🔗
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